Sedentarismo e seus malefícios para a saúde
Sedentarismo é uma condição crônica caracterizada pela falta de atividades físicas na vida de um indivíduo, uma pessoa é considerada sedentária quando ela não consegue através de sua rotina convencional gastar mais de 2.200 calorias por semana em atividades físicas, que devem ser incluídas em seu dia-a-dia.
No Brasil, o sedentarismo é considerado um grave problema de saúde pública, principalmente devido as consequências que ele pode gerar, que vão desde fatores e gastos pessoais à gastos relacionados a despesas públicas com serviços de saúde, que estão cada vez mais sobrecarregados com doenças que são consideradas “evitáveis”, ou seja, que poderiam ter sido prevenidas pela população através de medidas simples, como adoção de bons hábitos de vida, alimentação mais saudável, cessação do tabagismo, prática de exercícios físicos, entre outros. Esses são benefícios de baixo custo que podem ser oferecidos à população através de medidas simples que começam com a educação em saúde, que tende a promover uma maior consciência corporal, além do conhecimento mínimo necessário sobre o surgimento de doenças e como evitá-las através de atividades que envolvam o movimento e exercício físico.
Consequências do sedentarismo
O sedentarismo por si só já é bem nocivo e geralmente vem acompanhado de outros fatores desencadeantes de doenças, como uma alimentação desequilibrada, hábito de fumar, estresses, etc. Todos esses fatores associados agravam a situação de saúde do indivíduo que sofre com as consequências do sedentarismo, sendo que as principais são:
- Obesidade: ocasionada pelo ganho ponderal, alta ingesta de alimentos gordurosos, pouca ou nenhuma atividade física, além de fatores genéticos hereditários que podem contribuir. Para tratar dessa questão, além de sair do sedentarismo, o paciente com esse diagnóstico precisará submeter-se a uma dieta específica para seu caso, que deverá ser prescrita por um profissional responsável para tal, e assim, garantir sucesso em seu tratamento. Somente com a adoção de mudanças no estilo de vida, uma reeducação nutricional e a adoção de uma rotina mais ativa essa doença poderá ser superada.
- Doenças arteriais obstrutivas: As doenças arteriais na maioria das vezes vêm associadas à obesidade, assim como diversas outras patologias potencialmente graves. Elas ocorrem devido a obstrução dos vasos sanguíneos que tende a ser ainda mais agravada pela ausência de movimentação no local, o que poderá desencadear, inclusive, o surgimento de úlceras e demais problemas de pele.
- Hipotrofia de membros: Tanto os membros superiores quanto os membros inferiores podem ser afetados por hipotrofia, condição em que há diminuição significativa da quantidade de massa muscular presente em determinado músculo ou grupo muscular. Esse problema causa perda de força, perda de peso, dor, dificuldade para movimentar-se, fadiga muscular, baixa tolerância aos mínimos esforços, além de afetar diretamente a autoestima e a autoconfiança da pessoa acometida, que acaba entrando em um ciclo vicioso de dor – movimento – dor – imobilismo – que causa ainda mais aumento da dor.
- Artralgia: trata-se de dor articular que, no caso do sedentarismo, está diretamente relacionada à sobrecarga das articulações e à ausência de movimentos. Quando o indivíduo sedentário é também obeso, a artralgia é causada por fatores mecânicos, onde o excesso de peso causa uma compressão articular, principalmente das articulações distais dos membros inferiores (joelho e calcanhar), que gerará consequentemente um desgaste intraarticular que causará dor. Isso, associado ao pouco ou nenhum movimento poderá desencadear quadros de “congelamento” articular, deposição inadequada de cálcio no local, artrose, bursite e muito mais.
- Encurtamento muscular: ocorre também como consequência do imobilismo associado ao aumento de peso. Está diretamente relacionado à posições de encurtamento que são adotadas por parecerem mais “confortáveis” ao indivíduo obeso. Torna-se mais um fator que tende a agir contrariamente ao movimento, por causar dor ao estímulo de alongar-se.
- Doenças cardíacas: O coração de um sedentário é menos condicionado e precisa trabalhar mais para suprir o aporte sanguíneo necessário ao corpo que está em repouso. Sabe-se que o movimento auxilia na circulação sanguínea e no condicionamento cardíaco e respiratório, o efeito contrário é igualmente observado em indivíduos que se movimentam pouco. Além desses fatores biomecânicos, o excesso de gordura tende a acumular-se nos vasos sanguíneos, o que tende a causar problemas ainda mais graves como infarto agudo do miocárdio, se houver acúmulo de gordura nas artérias coronarianas, sendo essa uma das principais causas de mortalidade no mundo.
- Depressão: Diretamente associada a perda da qualidade de vida, a depressão constantemente vem como uma consequência secundária ao sedentarismo, onde a pessoa sedentária sofre com problemas relacionados a autoestima, a pouca ou nenhuma socialização e ao sentimento de sentir-se frustrado diante da incapacidade de realizar atividades de vida diárias. Nos casos mais extremos de sedentarismo, o paciente pode tornar-se totalmente dependente de terceiros para realizar suas atividades mais básicas, como higiene pessoal, alimentação, medicamentos, etc. Por essa razão, é de extrema importância que haja o acompanhamento psicológico adequado aqueles que enfrentam os efeitos deletérios relacionados ao sedentarismo, que pode incluir depressão, ansiedade, baixa autoestima, entre outros.
Para evitar essa condição, a melhor opção é a adoção de um estilo de vida mais ativo, que inclua a inserção de atividades físicas diariamente na rotina, para garantir que haverá um gasto energético calórico específico com os exercícios. Vale salientar que “seguir regras” temporárias a maioria das vezes tende a não funcionar, a melhor opção é, definitivamente, reeducar e readequar a rotina do paciente para que a mudança de vida torne-se definitiva e os problemas relacionados ao sedentarismo não retornem.
